sábado, 6 de agosto de 2016

Ele está no meio de nós

D(EU)S pai e mãe (cosmo) maravilhoso de tudo, de todos ao mesmo ~tempo. 
   E porque querem dar um outro nome a Deus se não só D(eu)s? Para teorizarem e inventarem outros 13.000 nomes para discordarem e fazerem guerra em nome do verdadeiro nome de D(eu)s?

[E se Deus for um fractal, um átomo que constitui todas as coisas palpáveis e infinitamente invisíveis aos olhos humanos, inclusive os olhos humanos, e presente na construção de todas as coisas, assim como nada esta em repouso.]

Do melhor livro hermético que li: El Kybalion, chamava o que vulgarmente se conhece como Deus de 'El Todo'.
Então meu caro amigo at(eu), D(eu)s ainda vive em ti.

E se com todas as nossas dúvidas tão miseravelmente humanas descobríssemos que cada um somos D(eu)s, e todos juntos ainda somos D(eus).

Que D(eus) queira!
Só se você merecer.
Ele só te perdoa
Se voce perdoar

Agradeça.
D[eus] não te dará nada se você não merecer porque TODAS as pessoas tem que concordar que tu merece; &u, tu e eles.
D(eu)s jamais te perdoará enquanto carregues a tua culpa apegada a teu ego.

E se D(eu)s está dentro de nós, e fora como no ar, na água, no éter, em cada célula de nossos corpos, não seria então como o uni.verso ao inverso?

E se eu quero mudar o mundo
Eu não devo mudar à mim? (vê se caga o teu ego)

E se cada vez que eu peço a DEUS eu coloco nas "minhas costas", do meu espírito  toda a responsabilidade de FAZER-LO?

E se D(eu)s te olha no espelho, e no reflexo que te vês em cada par de olhos que miras?
E se 
D(eu)s espera de ti o que tu espera de D(eu)s?
E se o que tu espera de 
D(eu)s é o que D(eu)s espera de ti? Então deves ir e fazer lo!                           ¡Salve as crianças da África!                               
                             ¡
Limpe os Oceanos!                                       
                                  ¡
Vá de bici!

E enquanto não encontra a metade da tua laranja, espalhe seu amor por aí,

para todas as pessoas de todas as idades, cores, gêneros, os bichos da rua. ¡Ria!
                         Seja o presidente do país!
                                    revolution

                                      love
(nós já cansamos de nos escutar reclamar)

E se ter fé é confiar em D[eu]s

Então confie em si.m
Então Ame(´)n.
"Todos os caminhos dão a Roma"
                                           amor




In lak'ech. Eu sou livre e nada temo.

domingo, 12 de abril de 2015

F.A.Q.

F.A.Q.: Frequently Asked Questions:
Perguntas Frequentemente Feitas &+ Perguntas que ninguém faz mas eu gostaria de responder:

1  .  Kenny! Tu tava viajando pelo Brasil, né?
Quase! Eu estive viajando pela reagião sudeste, conheci São Paulo, Rio, Espirito Santo e Minas. Conheci 33 cidades nos quatro estados em 8 meses de viagem.

2  .  E tu viajava sozinha?
Primeiro eu viajei com dois meninos que já estavam viajando.
Daí viajei sozinha ~fiz uns vídeos bem loca~
Depois viajei com uma galera da hora, uma chilena, um argentino e uma paulista.
Depois eu viajei sozinha de novo, e depois eu viajei com um namoradinho.

3  .  E não era perigoso?
Só é perigoso pra quem têm medo.

4  .  E tu não tinha medo?
Na época que eu menos sabia das coisas, de como viajar e me manejar, eu não tinha a menor idéia do que era hermética, e que os opostos são pólos opostos de uma mesma coisa, mas já era como eu lidava.
Quando não se tem nada ou ninguém para contar, se descobre dentro de si uma força que você nem sabia que existia, simplismente porque existe a nescessidade. 'tem que ser forte', coragem se cria.

E eu sempre, até hoje, em momentos de dificuldade, me inspiro em Olga Benario Prestes e no que ela viveu, super recomendo a biografia dela do Fernando Morais. E de repente meus problemas não parecem mais tão difíceis.

5  .  Onde tu dormia?
Eu viajei oito meses. Eu dormi em muitos lugares diferentes.
Dormi em posto, praça, albergue público, rodoviária, hostel, hotel, ocupação, camping, praia e casa de pessoas que me ofereceram pouso.
Juro que não foi tão ruim quanto parece ser.
Em Vila Velha - ES, dormi por um mês em um apartamento que alugamos, com meus amigos de viagem, só não dormíamos no apartamento quando íamos conhecer lugares diferentes e acampavamos, ou quando íamos trabalhar na Praia da Costa e ficávamos acampados lá. Eu tinha uma barraca.
Ficar acampada na Praia na Costa - Vila Velha, foi com certeza um dos lugares favoritos onde eu dormi, e principalmente acordei. Era lindo demais.

Nessa mesma época teve uma noite também que eu não dormi porque fomos em uma rave.

6  .  Onde tu fazia cocô?
Geralmente em vasos sanitários. Mas fiz no mato também.
Se eu não tinha um vaso sanitário para chamar de meu, eu pedia algum emprestado, ou procurava algum público, mas sempre consegui fazer minhas nescessidades tranquila.

7  .  Como tu fazia pra tomar banho?
Eu procurava um chuveiro. E se eu não estava exatamente residindo em algum lugar que tivesse um chuveiro, fique sabendo que existem chuveiros em rodoviárias, e em assistantes sociais, além do mais, a maior parte do tempo viajei pelo litoral onde há duchas, que são na verdade bastante parecidas com chuveiros e resolvem este problema, e também por regiões perto de rios e cachoeiras. Sempre escovei os meus dentes.

8  .  E como tu viajava? Tu ia de carona?
Fui de carona, de ônibus, de trem, e a pé.
(dois dias de caminhada a pé com 8kg nas costas é super edificante para a alma)

De carona fui de carro e de caminhão.
Caronas preferencialmente com alguém que se conhece previamente, ou pegar carona em posto, só é melhor se marcar por internet, mas também peguei carona na beira da estrada.
De preferência estar acompanhada, mas também peguei sozinha.

9  .  E não te aconteceu nada de mal?
Essa é a pergunta preferida do público em geral. rs. Por isto vou dar uma atenção especial para ela, mesmo essa não sendo nem de longe a minha parte favorita:

O meu primeiro contato com o mal, na viagem, foi o seguinte diálogo que vivenciei nos meus primeiros dias de viagem, pedindo carona em São Paulo num posto de gasolina na Dutra. Qualquer coisa assim:

Kenny: Moço, será que tu não poderia dar uma carona pra mim e pros meus amigos?
Moço: EntrA aÍ m1na, vamu rRobb44
>>>>>>>>> e me mostra A SUA ARMA <<<<<<<<<<<<<<<<
K: Não moço, desculpa, nós somos do bem..
M: a4H, n0s s0mos du Mal................

E foi embora.
Foi um momento difícel pois já passavam muitas horas em que pedíamos carona naquele posto, e sentia se uma vibe de precariedade de sentimento e humanidade naquela tal de São Paulo - Capital, e ser apresentada para uma arma nessa situação, com certeza é um momento que me recordo quando me questionam 'já te aconteceu alguma coisa de mal?'

Também tem 'o meu primeiro atraque', e depois 'o meu segundo atraque', tem 'a mina loca do albergue que queria me bater porque estava bêbada e achava que eu e os guris ríamos dela porque ela não entendia espanhol' e 'aquele dia que eu passei muito frio', mas nada que eu não tirasse letra para minha edificação.

Acho ainda que o pior foi a treta que eu tive com uns da família de segundo grau, que não quero nem falar. Blaaaaaaah

Mas não. Não fui esquartejada, esfaqueada, espancada, estrupada, estelionatada nem esculachada.
Aprendi que tudo que temos ao nosso redor é uma questão de energia e vibração, logo procurei sempre me manter positiva e me apegar as coisas boas que chegavam com gratidão.

Agora a minha parte favorita:
10  .  Qual a melhor coisa de se viajar?
WOA! This one is good!
Eu geralmente resumo naquele momento que eu sentia antes de dormir, sob qualquer teto ou ausencia dele em que eu estivesse, em que eu sentia.... talvez gratidão, talvez alegria, talvez felicidade, envolvia amor e vontade de estar viva, era bom e eu queria mais.
Aquele resumo era o produto do dia, das somas internas e físicas, geográficas, pessoais e socias; a epifania do crescimento como alma e tudo valia a pena. Fechava os olhos para dormir com ânimo em começar um novo dia amanhã sem me importar que dormia numa calçada dura, num colchão sujo, numa barraca molhada..

Por isso eu também resumo assim:
'As paisagens, as pessoas que tu conhece e te inspiram, a sensação de tu ser tu naquele lugar, naquela situação tão inusitada na tua vida'. Eu também não me imaginava uma hippie viajeira antes de dar o salto. As minhas partes favoritas foram todas aquelas que cresci.
Ou talvez aquela que eu percebi que eu nunca quero parar de crescer, e nem nunca deixar de ser criança em parte.
E eu nem falei do artesanato, do malabarismo e da yoga ainda!

11  .  Mas Kenny. E os teus pais??
Bom. Considerando que quando eu avisei pros meus pais que eu havia trancado a faculdade e tinha decidido sair de viagem eu ja estava a mais de 980km de casa, eles não tiveram muitas opções além de se desesperar. E foi exatamente isso que eles fizeram.
Depois claro, houve crises, depressões, chantagens..
Da minha parte, sim, houve um peso na consciência, mas acontece que logo vinha a vida real acontecendo como um trio elétrico de aventuras e emoções, que eu não podia conceber abandonar a missão. Logo segui, firme e rija. Ligava, dava notícias e contava coisas boas.
Aos poucos acho até que talvez eles ja até estivessem agradecendo a minha ausência. Mas daí eu voltei pra casa. TCHARÃÃM! Para contar que vou sair de viagem de novo...

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Quase nada e quase tudo.

A busca pelo dinheiro diminui-nos ao mundo dos homens
o mundo do sofrimento
onde dóem as pernas, as costas, a cabeça, o fígado...
se tem sede, calor ou solidão...
falta de espaço, de tempo, de voz.
médicos, remédios.

Como se a recompensa valesse o sofrimento.
Mentiram dizendo que o dinheiro torna as coisas mais fáceis.

Existe um mundo de almas, onde só se acumula doando, e isto é tudo.

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As palavras
O mundo nunca estará perdido enquanto houverem as palavras
Melhor impressas,
melhor escritas,
eternizadas.

Para qualquer um que demonstrar o mínimo de empenho em tentar entender o que é tudo isso.
E quando proferidas, sempre haverá os ignorantes para rir primeiro
mas por fim fará muito sentido dentro de nós.
Enquanto houver boatos de amor verdadeiro, coração valente, consciência divina, gratidão, há chances.

Somos almas.
Coincidência.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Pedaços

Retalhos de pensamentos de viagem:

Esses dias eu sonhei que Deus e o Diabo eram o mesmo, como yin & yang; as pessoas são a soma das influências de seus anjos e demônios* que nutrem: fofoca, vaidade, cigarro, gula, arrogância & uma esmolinha no sinal pra pagar os seus pecados. -
[Sabe, eu me sinto feliz pelo meu trabalho, sabe, alfinetar a humildade das pessoas, a mínima humildade de olhar, de abstrair do stress ou do celular, ou a menor e maior de todas: sorrir.]
- E melhor ainda se exaltar o ego.
Hoje eu vejo no sabão que lava, a àgua suja,
e muita muita hipocrisia, e medo com a tv ligada.
e como é fácil falar de coisas escuras.

*Trata-se de domar-los, acalmar-los e educar-los.



O que mais me incomoda nos hipócritas é que eles não sabem o que significa hipocrisia.


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(é ótimo estar sozinho, mas não se sentir só)
as duas coisas são a mesma coisa, mas opostas.


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Entonces, eu su cabeza:
- Quien sos vos?
- Soy la combinacion que llamam por mim nombre.

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Ser feliz é um exercício, de quando se é, querer mais
dizer: 'eu quero mais disto'
de experimentar transcender, dizer sim, e ser.
não se pode perder tempo se lastimando ou com pena de si
não se pode exercitar o pessimismo, as más notícias, e informações vazias, Deus me livre!

Um presente de um amigo.

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Minha auto-afirmação; à quem possa interessar:

Uma das minhas coisa favoritas de viajar é esse reencontro usual que tenho com as memórias de minha infância e adolescência, e que juntas fazem parte do meu renascimento.
Como por exemplo, tenho memórias de lugares que estive quando criança, formatos de calçadas, becos e todo o trajeto até o mercado; e hoje, aos meus 22 de idade com a cabeça ocupada em seguir viagem ou ficar, estar consciente o tempo todo de que dia é hoje e onde você está (muda o tempo todo), onde dormir, onde trabalhar, manter a bagagem, prestar atenção a todos ao seu redor, manter a postura, ser humilde, legal, e forte, e saber tratar cada um à sua maneira, e ainda lembrar que aquela banca de jornal no canto daquela rodoviária se parece com aquela uma outra lá de outra cidade que você conheceu na sua infância.
É tão pequeno, é a vida.

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Mas confesso que em São Thomé me sinto lufa lufa

Bons malucos
Se diz maluco o artesão que viaja grandes territórios com seus materiais e sua mochila. Vulgarmente chamado de hippie, termo hoje antiguado no ramo real.
Um bom maluco mangueia* com veracidade e olhar perdido. E são malucos, mas ainda assim; se sabe que a vida ensina, e com o passar dos anos e das rotas, ele vai diminuindo e a serenidade virá, como todo e qualquer ser que tenha a sorte de viver tantos anos, porém seu sorriso será mais frouxo, porque foi mais bem exercitado, e saberá que foi feliz porque teve coragem.

*Mangueio, do verbo manguear: pedir, vender o artesanato, 'oi moça, posso te mostrar a minha arte?'

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Quando se vive de verdades, se alimenta de verdades, e só se convive com verdades, sem nenhuma hipocrisia, e lhe perguntam:
- Saudades?
- Sim, dos dentes.

(é assim que meus amigos brilham na minha memória, sorrindo).

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Das paisagens tragadas e todos os sentir, o melhor da viagem ainda são as pessoas, todos os meninos lindos, as mulheres maternais, os homens fraternais, o olhar curioso das crianças (é uma moça careca?), os hippies loucos, os amigos, as amigas, e as amigas de infância em um dia. Intenso.
Tem gente boa em tudo quanto é casco.






quarta-feira, 21 de maio de 2014

Me voy.

Saí da corrida.

Vão na frente que
eu vou ficar pra trás
no presente
vão para o futuro, vocês
com uma pasta, um terno e um telefone esperto
vou ficar aqui, talvez longe
vou beber uma cerveja a mais
vou olhar pro horizonte mais um pouco
vou adiar a casa própria

vou ficar atrás no presente
e vocês vão na frente, no futuro.
e mais pra frente, no futuro, a gente se encontra.
não terei tantos papéizinhos verdes como vocês
mas números nunca fizeram sentido para mim
voltarei carregada, disposta a dividir
boas histórias, boas memórias.

Mãe, acredita que é sincero e puro
Pai, acredita que eu não sou como os outros, tenho outro tempo e outras verdades.

o meu Deus  disse pra mim tratar de ser feliz, e só.
meu Deus não deu garantia de céu ou de outro corpo mais feio ou mais bonito
meu Deus me deu agora, me deu força, vontade, e me deu isso tão bom, intraduzivel, inapalpável, intangível, alguma variação do sentir.

Por hora, talvez eu quebre a cara.
Que quebre!
A vida é uma aventura ousada, ou nada, disse Helen Keller.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

~

da água
pro vinho
pro suco de maracujá, iogurte, yakult, orkut, facebook, skype
spyke, macramê, namastê, taekwondo, rock 'n roll, bossanova.

me deixa voar.

dice..Pasaporte.

Antes que eu tenha tendinite do meu pulso escorado na mesa que acha que 'navega', quero conhecer o mundo além dessas 14';
Fotografias não me satisfazem.
Antes da minha postura piorar por ficar sentada para vomitarem teoria por horas que não passam, quero exercitar minha musculatura carregando meu mochilão;
Quero empírico.
Antes de correr o risco de me perder na estrada de uma só via, da ganância e insastisfação, de acumular objetos, e roupas e ambicionar sempre mais e mais do que eu preciso, eu quero provar o melhor dessas pessoas que me inspiram.
Antes de eu me vender para que me vendam conforto e estabilidade, dou a cara a tapa para ler as entrelinhas.

Porque os mais vividos dizem que antes que tu perceba o momento já foi.
A vontade se oprimou
Ou se vendeu, ou se mentiu.
A oportundade se faz.

Antes do depois, agora.
Antes de amanã, hoje.


tenho antidoto.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Rastro

o vento na cara pra despertar un poco más
desvia do buraco
desvia do pedinte, ó pobre.
desvia do desvio
cruza o gurizinho que tu cruza todo dia no mesmo lugar, ele me lembra meu primo que me lembra eu, com aquela minha antiga depressão disfarçada.
muito mais rápido do que meus pensamentos
minhas pernas de borracha giram

o vermelho
me faz olhar pra cima, o prédio altão, na encruzilhada
percebo que estou no Uruguai, Argentina, Peru, Colombia - Bogotá; muambá, muambei.

o verde
a today to do list:
não vai dar tempo de cortar as unhas
os fantasmas ainda vêm, mas não me assustam mais.
eu  quero olhar nos olhos, ou não quero nada.
eu quero comigo esse tipo tão raro que não conta vantagem do eu tenho
eu quero comigo esse tipo tão raro que tem vantagem de ser e saber do que viu de dentro pra fora

um novo record.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Quando eu crescer quero ser grande.

Minha adolescencia foi retardatária; meu ensino médio foi abobado, feioso e infantil. Adorável.
Custou eu me interessar por festas e guris.

Eu subi nessa montanha russa a 300km/h e decidi que não ia descer dali tão rápido: me decretei adolescente aos 18 e queria até os 28.

Sair de casa e transar não foi nada. Eu me descobri adulta descascando um abacaxi; e não figurativamente.
Descascar abacaxi é difícel.

Fui me descobrindo, estranhando, mas seguindo.
Ser adulto pra mim é:
Ir no mercado fazer compras comprar meu salgadinho com o meu próprio dinheiro, fazer comida, e deixar queimar, deixar cru, e deixar sem sal, e deixar muito salgada, comprar coisas no cartão, ir no médico sozinha e comprar meus remédios! Ir e vir com meu próprio meio de transporte (oi baique, meu amô), lavar a roupa, e lavar a roupa boa à mão. Dizer o cpf, e o rg de cor.
Às vezes eu tomo chimarrão olhando pro horizonte.
Minha amiga teve uma filha, e vários outros amigos e primas também, tem uma penca de gente que já ta formada, tem gente casada, e gente casando.
Não sei se algum dia vou deixar de ser ainda mais estranha ou desastrada na frente de um chico guapo.



Não tenho mais medo do passo seguinte.


Pego minha bicicleta e vou, estaciono na grade, passo a corrente; dou dois passos, viro e aciono o alarme: bip bip.



sábado, 4 de janeiro de 2014

Outro post de outra menina bobinha sobre o que ela pensa que poderia ser amor

É tão fácil falar de cinema, música, propaganda, dinheiro, profissão, aspirações; eu não sei muito sobre física, química, matemática, medicina, transporte, outros países ou outros planetas. Eu não me importo muito com muita coisa.
Mas eu poderia conversar por muito tempo sobre sentimenos, sem repetir ou esgotar o assunto.

Minha família, meus amigos, a natureza, and that boy.

(that boy)
Eu ja disse um milhão de vezes que ia larga-lo 
Umas trezentas mil para a minha melhor amiga (pobrezinha por me ouvir).
E talvez duas, ou três para o mesmo.

Eu me convenci com (quase) todas as forças que eu era capaz de dominar esse sentimento, para poder arranca-lo do meu estômago, e chutar até se perder de vista. E jurei muitas vezes que já tinha o feito; quando sinto que ele volta como um boomerangue e POW atrás dos meus joelhos, e me derruba.



pow, atrás dos meus joelhos, e me derruba.
Mas não importa.

A imagem somos nós dois nus, encarando um freezer: meus olhos brilham, e eu juro com todas as forças que é sorvete, e que é delicioso mesmo que eu não tenha provado esse sabor. Mas você nem dá bola, não presta atenção, você tem certeza que é feijão e nem cogita outra coisa.

Não aconteceu. Eu tinha uma tonelada de coisas boas que eu  queria te mostrar e você não quis, e hoje eu olho o pote e não sei..
Mas hoje pelo menos eu sei que poderia até ser sorvete de feijão, mas existe tanto freezer, geladeira, frigobar, caixa de isopor, sorvete, picolé, feijão, feijão carioca. Tanto faz, sabe?

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Prédios e carros.

Me contem por favor (suas mentiras).
Me convençam de como vocês conseguem fazer pra se sentir tranquilos e satisfeitos.
Me convençam de que está tudo bem, que são só embalagens que vão pro lixo e desaparecem.
Me ensinem a ignorar o céu já míope, como se não mais existissem estrelas tão longe só esperando para serem observadas.
Eu quero ignorar a beleza da água, do ar, da terra e do fogo; por que, né? Não tem pra vender no mercado, nem na loja, nem no shopping, nem na internet.

Eu não quero roupa, maquiagem, calçado, plástico, acrílico. Como vocês fazem pra ignorar os pássaros? Eu percebo que eles são poucos, mas vocês não parecem perceber nada, talvez uma foto no facebook vocês vão curtir, onde eu baixo esse aplicativo? Como vocês fazem pra acreditar que esse calorão infernal, e depois chuva de granizo, depois o calorão denovo é natural?

Como assim, não importa se é natural?

Eu quero ser assim também, porque do jeito que eu sou é meio triste, eu não consigo me concentrar pra prova... porque é a prova que importa, né? Ela faz eu tirar A, ela faz eu me formar, ela faz eu ter emprego, pra poder comprar sossegada. Um carro, um apartamento confortável com quadros e decorações, liquidificador, i pod, i pad, iphone, e rivotril.
Dói o meu peito, minhas costas, e meus ombros; esse ar deixou minha vista cansada. Nada de mais.

Ninguém se importa e podem me dizer 'vai morar no mato se não tá bom'. Eu posso? Será que eu consigo lidar com os pernilongos?  Mas como eu faço quando eu sentir saudade de vocês?

“Rather than love, than money, than fame, give me truth.” Henry Thoreau.

It wears me out



domingo, 3 de novembro de 2013

Mandamentos dos vivos

Cuida do planeta, da água, do ar, e da terra
Protege o menor e indefeso
Não machuque ninguém
Te faz feliz
Seja seu melhor
Aprenda
Pense
Experimente
Doe-se 
Não traia
Entenda o próximo
Encare as coisas com simplicidade

sábado, 2 de novembro de 2013

Que eu contradiga

quarta; depois da aula vou beber, antes do centro budista.
(acabei não indo, mas era intenção)
quinta; volei até as 21:00 depois vou direto pro diretório acadêmico beber.
sexta; bebo noite adentro.
sábado de manhã; batida de banana com granola.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

My meaningful favorite musics of my meaningless life

The songs I can't stop believing are mine.
You know this feeling?
I wish i would care less about feelings, but i can't.


8. Maybe sometimes,
We've got it wrong, but it's all right.



7. Your cry for inspiration never reaches ears on distant stars;
And every night our lonely planet slides across the universe.



6. She's got her little book of conspiracies right in her hand.


5. She had a pleasant elevation
She's moving out in all directions


4. If it's colors you had
No need to be sad.
It really ain't that bad.


3.I'm sad but I'm laughing
I'm brave but I'm chicken shit
I'm sick but I'm pretty baby


2. The wind is low, the birds will sing,
That you are part of everything.


1.


I wanna stand up, I wanna let go
You know, you know, no you don't, you don't;
I wanna shine on, in the hearts of men
I want a meaning from the back of my broken hand.
Another headaches, another heart breaks;
I'm so much older than I can take.
And my affection, well it comes and goes;
I need direction to perfection, no no no no.


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

until yet.

E se fosse só suas olheiras, seria menos?
Se fosse só seu jeito, seria só admiração?
Eu teria te notado no meio da multidão se não fosse teu sorriso entre parênteses?
Se não fosse o seu perfume, sequer existiria alguma coisa?

Eu vou algum dia me livrar dessa catarata que me faz acreditar que só você pode me fazer flutuar?

Eu vou negar tudo.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

22:00

Foi só um momento que eu tomei consciência do agora, que eu percebi e fiz uma releitura do momento; eu estava em pé, me balançando lentamente neste ritmo:



com o Erick no meu colo, eu estava com a cabeça descansada no ombro dele e sentia seu cheiro de bebê, alisava a pelúcia fofinha de sua roupa, e no reflexo da janela eu via ele batendo o pézinho constante. Ergui minha cabeça e vi que ele estava acordado, que nem eu, só aproveitando o momento, escoradinho, descansado, e puro como são os bebês.
O cheiro;
o toque;
a música;
o amor.

Não importava que meus pais briguem, não era mais tao ruim o sentimento de machucar o rapaz, e minhas preocupaçõess, dores e medos eram coisas muito distantes.

Era só amor, puro, básico, simples.
Eu não conhecia as coisas assim 10 meses atrás.



Erick e minha mãe.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Vamos falar de coisas boas.

Eu queria um jornal sério, não programa de auditório forçado, que me contasse notícias boas.
De vez em quando vem uma notícia boa no jornal normal, eu acho. 

Não sei. É raro eu me arriscar assistir; me tornei um tipo sensível pra desastre, me adono da dor do outro não menos como se fosse minha mesma.
Daí não dá. Ainda se a minha tristeza diminuisse a do outro, então valeria a pena; mas não diminui.

Queria um jornal sincero sobre o bem. Porque eu sei que no meio de tanta merda, também ta acontecendo coisas boas, não é que eu queria me iludir, eu quero me purificar; eu acredito no bem.
Eu quero saber da felicidade alheia.
Eu quero saber das coisas boas.



E nem venha falar mal dele ou dela pra mim.
Eu não quero saber.
E ela ou ele não me incomoda tanto assim, até tem seu lado positivo. É só o jeito dele ou dela.
Mas tu quer me ouvir falar o quanto a minha chefe é legal? Ou como eu amo meu irmãozinho?

Mas antes de me chamar de hipócrita, entenda: Eu só quero falar de coisas boas.

Eu nunca estive cercada de tanta gente legal; nunca tive tanta sorte como tenho agora.

E eu não me arrependo de nada.
Ok que eu cometi muitos erros dispensáveis, mas tudo já passou, me ensinou qualquer coisa, e tudo valeu a pena.
Cada pessoa na vida que eu conheci, conversei, e convivi; foi tudo ótimo.
Me dá um abraço, vamos brindar!


O copo está meio cheio.

terça-feira, 9 de julho de 2013

O tipo de diálogo comum na minha cabeça:

"CAAAAARA BERGAMOTA É MUITO BOM! Vou me casar com uma Bergamota.
haha. Nossa, capaz. Já pensou se o Queijo ouve?"

domingo, 7 de julho de 2013

Nobody said it was easy.

Cada vez que eu atravesso o pátio da minha casa pela última vez do final de semana e observo com atenção o que eu estou deixando pra trás, eu me questiono. 
Cada vez que na viagem que me trás de volta a rotina eu lembro que eu deixei quem eu mais amo, para cumprir essas obrigações que eu escolhi, me aperta o coração. 
Cada vez que eu lembro de qualquer um dos meus amigos, ou das minhas tias, ou dos meus primos que eu não consegui estar junto no final de semana (de novo), me dói um pouco. 
Até mesmo minha bike de Caxias criando pó, insinua o questionamento, se eu estou fazendo a coisa certa.

Morar em Porto Alegre é legal, a faculdade é ok, e meus amigos daqui são incríveis; mas cada vez que eu entro no ônibus de volta, ecoa melancólico na minha cabeça: your home is where your heart is.


quinta-feira, 13 de junho de 2013

FAQ Kenny

(Frequently Asked Questions Kenny)


1. Kennya?
Não, Kenny; sem o 'a'.

2. Com 'ká'?
Ká, e, dois enes, ípsolun.


3. Ah, nossa, que diferente.. É teu nome mesmo ou apelido?
É meu nome.

4. Hahaha, legal. Quem te deu esse nome, de onde tiraram?
Meu pai, ele leu atrás de uma fita k7 e achou uma boa idéia.

5. Varela com dois 'éles'?
Não.

6. Tu é parente do *Fulano* Varela?
Não.

7. Não dói isso na tua boca?
(Sim, mas eu gosto da dor; ás vezes em casa eu me penduro em uma corda por eles e me balanço.)
Não.

8. Não incomoda?
(menos do que pessoas com perguntas idiotas)
Não.

9. Nem pra beijar?
Não. (PORRA!)

10. Por quê um astronauta?
(antes de qualquer coisa entenda que não é porque eu tenho um desenho no meu corpo que eu estou disposta a contar meus motivos pra todo mundo à toda hora)
Hm. É a manifestação física de um diálogo interno..


11. E tu não vai estourar essa espinha aí? Deixa eu estourar? hahaha
(Nossa, sério, vai toma no cu, tipo, te encherga; deixa que eu cuido da minha cara, e se não te agrada sinta-se à vontade para se afastar)



domingo, 26 de maio de 2013

A Y A H U A S C A

Começou básico: lembro dos meus pais e choro.
E assim segue: o efeito aumenta, eu choro mais.
Eu choro até perceber meu cérebro dizer: você precisa respirar.
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH
Quanto tempo eu fiquei sem respirar? Eu me entrego tanto ao choro que me esqueço de respirar.
E não é nem o instinto reflexo do meu corpo que me salva, e sim minha mente que me diz: respira
Eu choro muito; eu choro TUDO que cabe no tempo que eu consigo ficar sem respirar.
Eu não consigo ser feliz assim, e eu não quero que as coisas continuem assim, eu quero que todos fiquem felizes e bem, eu quero igualdade e justiça; eu não consigo ser feliz com as pessoas que morrem de fome, com as guerras, gente inocente morrendo, crianças sendo abusadas, eu não consigo ser feliz com aquele cachorro abandonado na rua, quem dirá multiplicado por todos os cães sem donos, maltratados mundo afora. Eu não consigo. Será que um dia eu vou ser feliz? Eu não consigo.
Eu não consigo nem querer ser feliz com a consciência de que são roubados milhões todos os dias, descaradamente enganando uma nação inteira, e permitindo que a violência e as condições de educação e saúde continuem péssimas.
Tá errado. Não é assim. Não é normal
Estou com o corpo contraído de dor pelo mundo, escorrendo pelos meus olhos, interrompendo minha respiração
Tomara que Deus exista.
- Kenny! Respira!
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH. respirar.
- Kenny, relaxa é importante .... bla bla... blablabk....... bla
Moça, não vai.
Fica aqui perto de mim
só mais um pouco
por favor
fica
aqui
(me faz um carinho).
Fica perto de mim
só mais um pouquinho
pra sempre.

Eu choro nas palmas das minhas mãos, e meu Deus! Quanta tristeza! Quanta tristeza dentro de mim, todas elas, de cada dia que eu ignoro, em cada dia da minha vida. Eu estou boiando na superfície desse mar de tristeza e já parece muito mais do que eu posso aguentar, e eu sei que tem muito mais em profundidade e vastidão. Esse mar dentro dessa caixa, no lugar mais distante do meu subconsciente, abandonado por esquecimentos forçados; eu escolhi esquecer, mas ainda resta mágoa, tristeza.
Porque tanta briga? Porque tanto grito? Era tão triste quando eles iam trabalhar e me deixavam sozinha, eu ficava muito tempo chorando. Era tão triste não ter ninguém pra brincar. Eu tinha tanto brinquedo e me sentia tão sozinha. Eu me sentia tão burra na escola. Eu sentia tanto medo de ficar sozinha. Era tão triste. Porque assim?
respira. respira.
Porque eu não reagi como as outras crianças? Porque esse monstro invisível sempre me acompanhou com o peso da tristeza?

Se eu pudesse tocar no fundo da alma de qualquer pessoa do mundo, se eu pudesse ser ouvida e meu desejo se tornasse verdadeiro; qualquer pessoa do mundo que fosse, eu desejaria com toda a minha força que essa pessoa fosse feliz.
Eu quero que as pessoas sejam felizes.
Eu me sinto bem quando as pessoas estão felizes.
(porque eu...)

Já é difícel o suficiente respirar, porque eu tenho que fazer mais do que isso?
É tão difícel existir. Porque tanta coisa? Já me dá tanto trabalho levantar meu corpo, e sorrir; e eu ainda tenho que ser filha, irmã, sobrinha, afilhada, amiga, prima, bonita, inteligente, forte, tem que ir pra faculdade, tem que estudar, tem que ter um emprego, tem que comprar coisas no mercado, tem que comprar presente. Pra que tanta coisa?
Se eu me sinto tão bem o suficiente deitada de manhã na minha cama, com minha colcha macia me abraçando e só.
Simone.
respira.
E esse corpo? E esse mundo? E esse lugar?
Eu não sou isso, eu não sou daqui. Issto é loucura.
Mas o que é normal?
Viver como formigas para trabalhar e comprar, é normal?
Fazer coisas que não gosta para comprar coisas que não se precisa, é normal?
A palavra é agonia.
Agonia, aflição, angústia.
Eu não quero.
Ninguém entende.

Eu quero minha família.
Eu vou voltar pra Caxias.
Meu maninho.
Pai, tu quer que eu volte?
Eu vou ser melhor.
Eu quero ser melhor.
A gente se ajuda.
Eu quero que vocês sejam felizes.
Eu preciso que vocês sejam felizes par mim ser feliz.
Tia Rose.

Chama a Márcia.
A Márcia me entendia.
Eu gostava tanto da Márcia e ela fugiu.
Porque Márcia?
Eu precisava de ti.

E eu gostava tanto dele.
MEU DEUS
COMO EU GOSTAVA DELE
Como ele conseguiu fazer isso comigo?
Como eu gostava tanto dele?
COMO?
MEU DEUS!
ELE.
ELE.
.

Ele não gosta de mim
E nunca vai gostar.
Dói TANTO.
(eu sei que preciso superar, mas na verdade parece que eu nunca vou conseguir, finjo que esqueço)
Que frio.

Porque tão frio?
Mundo gelado. Mundo malvado.
Me ajuda.
Eu não consigo explicar.
As palavras são muito pequenas.
Os conceitos são muito vagos.

Estou deitada.
Permanço deitada com o tempo.
As coisas não parecem mais tão ruins.
Eu vou dar um jeito.
Eu vou conseguir.
Me abraça.
.
.
.
.
Amanhã eu vou ser aquela mesma menina.
Fazendo as mesmas coisas, indo nos mesmo lugares.
Me esforçando pra sorrir, tentando me esconder.
Eu gosto de preto ou eu me escondo?

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Talking about procrastination

Muito se fala sobre procrastinação, acredito que por ser uma palavra tão rebuscada que na verdade designa algo tão vulgar e banal. Afinal quem não deixa para amanhã o que deve fazer hoje? Quem não deixa pra fazer depois o que deve se fazer agora? Quem nunca deixou pro último dia, o trabalho que se teve meses ou semanas para ser feito?
Mas venho agora falar sobre isto pois sou não apenas mais uma procrastinadora como todos são ás vezes, mas sim porque sou uma profissional no assunto. Para se ter uma ideia, a primeira vez que planejei escrever este post era 2012.
E como expert no gênero, não venho lhes ensinar o que aprendi cometendo sempre o mesmo erro, ou lhes convencer a não se render a irresponsabilidade que gera o adiamento. Meu profissionalismo neste defeito só me permite me exibir do mesmo, e lhes contar minhas desventuras com a arte do deixar para depois.
Podia lhes contar qualquer uma das minhas histórias, e dar ênfase na minha destreza em estar nesta situação, nos 45 do segundo tempo, e ainda assim continuar a inventar desculpas a mim mesma de como eu ainda não estava confortável o suficiente para começar a pôr a mão na massa. Mas vou lhes contar o esqueleto genérico da procrastinação que eu costumo viver.

O desenrolar começa ao passo do estipulamento do prazo:
- com mais de uma semana: não há absolutamente nada com o que se preocupar. até os
- 7 dias antes do prazo: aceitação: ok, é necessário que eu comece a pensar em fazer o trabalho.
- 5 dias antes do prazo: amanhã eu começo a fazer o trabalho.
- 4 dias antes do prazo: esquecimento ocasional proposital.
- 3 dias antes do prazo: enganar-se: hoje estou tão cansado/triste/desmotivado.
- 2 dias antes do prazo: semi-desespero: como eu fui tão burra em deixar pra última hora? Pena que hoje eu tenho várias outras coisas pra fazer (procrastinação elevada a procrastinação)
- 1 dia antes do prazo: há duas sub possibilidades:
                                1 ) você decide tomar cerveja com uns amigos depois da aula/trabalho, ou fazer as compras da semana.
                                2 ) Você começa a fazer o trabalho e elevar procrastinação à procrastinação, isto é, mesmo fazendo o trabalho em cima do laço, continuar procrastinando, como comendo durante o trabalho, sentido muito frio, depois muito calor (trocar de roupa), sentindo agonia (PRECISO tomar banho), muita sede (e muito xixi), sono (mesmo que você tenha passado o final de semana inteiro na dormindo), insetos passam a triplicar seu nível de incômodo. Enfim, por aí vai, até você fazer 10% do trabalho e se sentir exausta. (Como eu sou profissional, confesso de depois de fazer os 10% me sinto até bem realizada e competente, conformada que "amanhã eu faço em dois toques")
- O dia: o dia chegou e mais uma vez você deixou pra última hora.
A procrastinação nível hard consiste em fazer o trabalho suando e conferindo o relógio de 15 em 15 minutos; isto é: resultado final com qualidade defasada.
A procrastinação nível expert consiste em mais uma vez elevar procrastinação à procrastinação, e por fim se conformar em entregar o trabalho com o prazo atrasado, afinal juntando todas as procrastinações de cada aula, um dia ele ficará pronto.

Mas preciso citar este fato recente que me tapou de nojo comigo mesma assim que me deparei com a cena ridícula que eu me encontrava: eu PRECISAVA ler aquele texto de antropologia, as aulas a respeito ja estavam quase acabando, talvez a do dia seguinte fosse a ultima, e eu tinha que ler aquele maldito texto.
Decidida a naquela noite ler, fiz todas as coisas do mundo antes de finalmente sentar na minha cama com todas as minhas manias em ordem, e quando estava tudo encaminhado vi que no canto da cama tinha esquecido os cabelos que me ca
íram depois do banho, enquanto eu os escovava, e então começei a conta-los.


Eram vinte e quatro fios de cabelo.
(e depois eu fui ler).