Ambos vem e vão, é inevitável, e tem sua beleza.
O dia tem o movimento, crianças correndo, cumprir o ofício pra se orgulhar e ser útil pra sociedade, é tudo mais visível, logo mais palpável, logo mais acessível, dinâmico.
A noite é misteriosa e traz junto a solidão nescessária, o pensamento introspectivo, menos visão e mais audição e tato; mas pode ser também uma noite de farra com os amigos com muitas risadas garantidas.
Por isso eu fico com o crepúsculo que diz o dia ta acabando mas ainda há; e o amanhecer que é quase um renascimento. Ambos me remetem uma nostalgia e uma felicidade discreta.
Assim como o verão é piscina, praia, frutas galadas, vestir camiseta e chinelo de dedo, os dias mais longos pra aproveitar mais, viver mais. Se espreguiçar.
O inverno é lareira e família, mais TV, chocolate/café/chá quentinho, com toca e manta que dão aquele ar aconchegante, dormir mais cedo abraçado por um amontoado de cobertas. Bocejar (e ver o vapor da nossa respiração contra a luz).
Praia ou campo, cão ou gato, infância, maturidade, e velhice; tudo tem o seu valor, e tudo pode ser incrível se você quiser (e parar de reclamar).
Assim como as minúsculas particulas que compõem tudo muito além dos nossos olhos, está o vasto universo com números gigantescos de difícel compreensão. E o que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima, tudo é duplo, os extremos se tocam e tudo passa e depois volta, e passa, e volta de novo e de novo; ainda bem.
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