domingo, 28 de agosto de 2011

Outras frequencias

O fato foi o seguinte: no restaurante depois de me servir de sobremesa, fui pegar uma colher, e entre várias colheres tradicionais, colheres normais, como são as colheres, eu vi uma quadrada. Não tive dúvida, e peguei aquela.

Eu sempre tive apreço pelo diferente, não que eu quisese nescessariamente me destacar no meio dos outros, mas do inovador ao antigo, do estranho ao criativo. O fora do comum sempre me chamou mais atenção.

E quando tive o deleite de comer minha torta de bolacha, eu percebi então, porque colheres quadradas, apesar de serem interessantes, não fazem tanto sucesso quanto as colheres normais: porque elas perdem, em eficiência pra as colheres arredondadas.

‘’Seria mais fácil fazer como todo mundo faz.
O caminho mais curto, produto que rende mais’’

Essa semana mesmo, eu pensava como eu gostaria mais de me encaixar facilmente nos padrões. Não quero posar de ‘especial’, diria algo entre 'estranha' ou 'errada'; só digo que é muito mais difícel seguir a minha natureza, com todas essas outras pessoas mais semelhantes, entre si.
Mas eu quando eu estou no meu quarto, sozinha, com a minha música alta, com as minhas roupas largas e desbotadas, com meu cabelo bagunçado, minha maquiagem borrada, ou a ausência dela, eu me sinto completamente confortável.
E eu não vou fazer diferente do que eu eu me sinto, pra conseguir me enxcaixar. Só me resta postar.

Eu não sinto vontade de conversar com as pessoas, digo, eu prefiro muito mais meus fones de ouvido. Mas me esforço para conseguir manter conversar com os que já conheço. É difícel eu me interessar por uma pessoa de cara, e é mais difícel ainda, eu manter o interresse, depois de algum tempo de conversa. Mas obviamente não sou grossa de graça com ninguém, na verdade aceito quase todas as pessoas como são, à distancia. Não gosto de criticar, e odeio ser criticada. Guarde suas reclamações para si.
Não acho graça da maioria das coisas das quais eu sorrio, e os outros riem. Não é falsidade, é adaptação.

Dou muito mais risadas sozinha, do que com as outras pessoas. Converso muito mais comigo mesma, argumento e contra argumento, chingo, raramente elogio, listo muitas coisas, crio teorias, avalio, planejo. Mas você sabe que é só você e você mesma. E eu preferia ser diferente do que sou.


Queria me adaptar, queria achar legal, queria me conformar, aceitar as coisas, o sistema. Tenho quase certeza que seria mais feliz. Tenho quase certeza que eu não sou daqui.
Isso não é nenhum pouco legal, ou bonitinho. Isso é solidão.

‘’Mas nós vibramos em outra freqüência,
Sabemos que não é bem assim’’

Ok. Vou fingindo, que nem vejo fazerem, não faço tão bem quanto os autores. No final do dia eu ainda tenho uma estrela pra olhar.