quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Prédios e carros.

Me contem por favor (suas mentiras).
Me convençam de como vocês conseguem fazer pra se sentir tranquilos e satisfeitos.
Me convençam de que está tudo bem, que são só embalagens que vão pro lixo e desaparecem.
Me ensinem a ignorar o céu já míope, como se não mais existissem estrelas tão longe só esperando para serem observadas.
Eu quero ignorar a beleza da água, do ar, da terra e do fogo; por que, né? Não tem pra vender no mercado, nem na loja, nem no shopping, nem na internet.

Eu não quero roupa, maquiagem, calçado, plástico, acrílico. Como vocês fazem pra ignorar os pássaros? Eu percebo que eles são poucos, mas vocês não parecem perceber nada, talvez uma foto no facebook vocês vão curtir, onde eu baixo esse aplicativo? Como vocês fazem pra acreditar que esse calorão infernal, e depois chuva de granizo, depois o calorão denovo é natural?

Como assim, não importa se é natural?

Eu quero ser assim também, porque do jeito que eu sou é meio triste, eu não consigo me concentrar pra prova... porque é a prova que importa, né? Ela faz eu tirar A, ela faz eu me formar, ela faz eu ter emprego, pra poder comprar sossegada. Um carro, um apartamento confortável com quadros e decorações, liquidificador, i pod, i pad, iphone, e rivotril.
Dói o meu peito, minhas costas, e meus ombros; esse ar deixou minha vista cansada. Nada de mais.

Ninguém se importa e podem me dizer 'vai morar no mato se não tá bom'. Eu posso? Será que eu consigo lidar com os pernilongos?  Mas como eu faço quando eu sentir saudade de vocês?

“Rather than love, than money, than fame, give me truth.” Henry Thoreau.

It wears me out