quarta-feira, 12 de março de 2014

Quando eu crescer quero ser grande.

Minha adolescencia foi retardatária; meu ensino médio foi abobado, feioso e infantil. Adorável.
Custou eu me interessar por festas e guris.

Eu subi nessa montanha russa a 300km/h e decidi que não ia descer dali tão rápido: me decretei adolescente aos 18 e queria até os 28.

Sair de casa e transar não foi nada. Eu me descobri adulta descascando um abacaxi; e não figurativamente.
Descascar abacaxi é difícel.

Fui me descobrindo, estranhando, mas seguindo.
Ser adulto pra mim é:
Ir no mercado fazer compras comprar meu salgadinho com o meu próprio dinheiro, fazer comida, e deixar queimar, deixar cru, e deixar sem sal, e deixar muito salgada, comprar coisas no cartão, ir no médico sozinha e comprar meus remédios! Ir e vir com meu próprio meio de transporte (oi baique, meu amô), lavar a roupa, e lavar a roupa boa à mão. Dizer o cpf, e o rg de cor.
Às vezes eu tomo chimarrão olhando pro horizonte.
Minha amiga teve uma filha, e vários outros amigos e primas também, tem uma penca de gente que já ta formada, tem gente casada, e gente casando.
Não sei se algum dia vou deixar de ser ainda mais estranha ou desastrada na frente de um chico guapo.



Não tenho mais medo do passo seguinte.


Pego minha bicicleta e vou, estaciono na grade, passo a corrente; dou dois passos, viro e aciono o alarme: bip bip.